Sociedade do conhecimento <br>– a gozar connosco?
Mais que as questões da Educação, ou do Ensino, são os professores que têm estado no centro das atenções. Em particular, para os media, a atenção à palavra de ordem «porrada nos professores» - que na sua grande maioria são professoras -, e sua execução, tem-se constituído numa verdadeira mina de ouro.
E se é certo que o papel da TV, dos seus filmes, das suas séries - nomeadamente as que se dedicam a apresentar com regularidade a degradação do sistema público escolar norte-americano devido à inclusão escolar e obrigatória dos filhos do povo, notados como marginais e criminosos, que em muitos casos gostam é de música e de dança, que maltratam os professores, e ainda mais as professoras, que estas talvez devessem era estarem em casa a cumprir os seus deveres de dona «de» casa (mas não da/do dona/o «da» Casa, que esse é o homem que traz o dinheiro os recursos/dinheiro do mundo exterior para a família), apresentando alunos de camadas populares, essas séries, que são brutais com os colegas de boas e médias famílias, sobretudo com as meninas, que deviam era estarem em segurança nos colégios particulares, sem terem que tomar contraceptivos ou verificarem se os companheiros usam preservativo -, e se é certo que este é um linha básica de condicionamento das sociedades, realizada urbi et orbi, não é esta apenas, nem fundamentalmente, a questão na mira explicita do Governo «socialista» que temos. Nem, na distribuição de tarefas, é essa a sua parte, como, por outro lado, é uma tarefa bem entregue a outros, que não a socialistas, teoricamente percepcionados como opostos a tais objectivos…
O inimigo principal do Governo tem sido outro, que eles agora começam a dissimular à medida que se aproxima o fim do mandato presente. O inimigo principal deste Governo - é o que parece ao escrevente destas linhas ser o seu objectivo, de meridiana clareza - são os custos havidos com as funções sociais, nomeadamente a Saúde e a Educação publicas, incluindo o Ensino Superior. E dos membros do Governo, a actual ministra da Educação tem sido de uma eficácia a toda a prova em termos de cortes de custos. Todas as acções, desde o fecho de milhares de escolas até à avaliação de professores, têm decorrido sob esta determinação. E as justificações de qualidade - por exemplo libertar verbas para comprar equipamentos no mercado do capital multinacional, como já li justificado por epígonos do governo - e de preocupação com os resultados têm como único objectivo ajudar a passar tais cortes junto do público, melhor dito daqueles que lhes vão dando votos.
E agora também já começa a acontecer com o nosso governo - foi escolhido, como deve ser, com base nos votos dos portugueses para a AR - um pouco como acontece com o governo americano, apoiado por tantas opiniões «ocidentais». Primeiro, subsidiaram a criação de organizações terroristas, agora «agarra que é ladrão», dizem combater o terrorismo fazendo guerras para trazer a democracia a países sob ditaduras, securizam as suas fronteiras, tudo em nome do combate ao terrorismo. Mal comparado, e ressalvadas as devidas distâncias, o nosso governo e os «líderes» de opinião, «csss, csss, mordam nos malandros dos professorzecos»; os clientes, isto é, os pais que os controlem, a esses incompetentes dos professores; e, resultado lógico, os alunos que os desprezem e mandem nesses vermes que são as professoras e os professores. Governo e líderes de opinião: «Ah, mas a culpa é dos pais que não educam os filhos». E os «pais» que se julgavam inatacáveis são eles agora os culpados segundo os seus aliados que queriam descredibilizar só os professores, enquanto diziam que os queriam valorizar. Estão a ver? (Claro, que também há alguns professores bons, dignos de serem titularizados. Enfim).
Por isso digo que parece mesmo que andam a gozar connosco. Prioridade: Sociedade do Conhecimento. A grande maioria de um contingente básico estratégico da Sociedade do Conhecimento, muito bem, desceu à rua, desfilando compactamente no eixo central da Capital. Não interessa, o que eles não querem é ser avaliados. Deita-se fora então os professores, continuam a ser achincalhados até que desistam. Eles não são necessários, já temos os computadores e a Internet… Quer dizer, são necessários, mas para outras funções, para guardarem os filhos nos recintos da escolas, disponibilizando os pais para produzirem as mais valias para o Mercado, para não se preocuparem enquanto elaboram produtos transaccionáveis…
E se é certo que o papel da TV, dos seus filmes, das suas séries - nomeadamente as que se dedicam a apresentar com regularidade a degradação do sistema público escolar norte-americano devido à inclusão escolar e obrigatória dos filhos do povo, notados como marginais e criminosos, que em muitos casos gostam é de música e de dança, que maltratam os professores, e ainda mais as professoras, que estas talvez devessem era estarem em casa a cumprir os seus deveres de dona «de» casa (mas não da/do dona/o «da» Casa, que esse é o homem que traz o dinheiro os recursos/dinheiro do mundo exterior para a família), apresentando alunos de camadas populares, essas séries, que são brutais com os colegas de boas e médias famílias, sobretudo com as meninas, que deviam era estarem em segurança nos colégios particulares, sem terem que tomar contraceptivos ou verificarem se os companheiros usam preservativo -, e se é certo que este é um linha básica de condicionamento das sociedades, realizada urbi et orbi, não é esta apenas, nem fundamentalmente, a questão na mira explicita do Governo «socialista» que temos. Nem, na distribuição de tarefas, é essa a sua parte, como, por outro lado, é uma tarefa bem entregue a outros, que não a socialistas, teoricamente percepcionados como opostos a tais objectivos…
O inimigo principal do Governo tem sido outro, que eles agora começam a dissimular à medida que se aproxima o fim do mandato presente. O inimigo principal deste Governo - é o que parece ao escrevente destas linhas ser o seu objectivo, de meridiana clareza - são os custos havidos com as funções sociais, nomeadamente a Saúde e a Educação publicas, incluindo o Ensino Superior. E dos membros do Governo, a actual ministra da Educação tem sido de uma eficácia a toda a prova em termos de cortes de custos. Todas as acções, desde o fecho de milhares de escolas até à avaliação de professores, têm decorrido sob esta determinação. E as justificações de qualidade - por exemplo libertar verbas para comprar equipamentos no mercado do capital multinacional, como já li justificado por epígonos do governo - e de preocupação com os resultados têm como único objectivo ajudar a passar tais cortes junto do público, melhor dito daqueles que lhes vão dando votos.
E agora também já começa a acontecer com o nosso governo - foi escolhido, como deve ser, com base nos votos dos portugueses para a AR - um pouco como acontece com o governo americano, apoiado por tantas opiniões «ocidentais». Primeiro, subsidiaram a criação de organizações terroristas, agora «agarra que é ladrão», dizem combater o terrorismo fazendo guerras para trazer a democracia a países sob ditaduras, securizam as suas fronteiras, tudo em nome do combate ao terrorismo. Mal comparado, e ressalvadas as devidas distâncias, o nosso governo e os «líderes» de opinião, «csss, csss, mordam nos malandros dos professorzecos»; os clientes, isto é, os pais que os controlem, a esses incompetentes dos professores; e, resultado lógico, os alunos que os desprezem e mandem nesses vermes que são as professoras e os professores. Governo e líderes de opinião: «Ah, mas a culpa é dos pais que não educam os filhos». E os «pais» que se julgavam inatacáveis são eles agora os culpados segundo os seus aliados que queriam descredibilizar só os professores, enquanto diziam que os queriam valorizar. Estão a ver? (Claro, que também há alguns professores bons, dignos de serem titularizados. Enfim).
Por isso digo que parece mesmo que andam a gozar connosco. Prioridade: Sociedade do Conhecimento. A grande maioria de um contingente básico estratégico da Sociedade do Conhecimento, muito bem, desceu à rua, desfilando compactamente no eixo central da Capital. Não interessa, o que eles não querem é ser avaliados. Deita-se fora então os professores, continuam a ser achincalhados até que desistam. Eles não são necessários, já temos os computadores e a Internet… Quer dizer, são necessários, mas para outras funções, para guardarem os filhos nos recintos da escolas, disponibilizando os pais para produzirem as mais valias para o Mercado, para não se preocuparem enquanto elaboram produtos transaccionáveis…